O teste do pezinho foi instituído em meados de 1961 nos Estados Unidos com o intuito de detectar uma doença chamada fenilcetonúria. Essa é uma doença metabólica que pode causar atraso mental e outras complicações graves se não tratada desde o princípio.
Ao longo do tempo o teste do pezinho foi se aprimorando e atualmente é capaz de detectar diversas doenças metabólicas, genéticas e infecciosas. Doenças como fibrose cística, anemia falciforme e hiportiroidismo congênito podem ser facilmente identificadas através do teste do pezinho.
Inclusive o Sistema Único de Saúde (SUS) começou a fornecê-lo à população em 1992, e inicialmente era capaz de detectar apenas dois tipos de doenças. Com o passar do tempo, este número foi ampliado e hoje o teste oferecido no SUS faz uma análise completa dessas possíveis doenças.
Atualmente, o exame do pezinho é previsto em lei em todo o território nacional como uma importante medida de saúde pública, que promove a prevenção de doenças em recém-nascidos.
O exame é feito entre o terceiro e o quinto dia de vida do recém-nascido e consiste na coleta de algumas gotas de sangue do calcanhar do bebê através de uma pequena lanceta.
O sangue é colhido nesta área pois possui grande vascularização, além de ser uma área de fácil acesso e que é menos sensível, evitando desconforto ao bebê.
Em seguida, o sangue é colocado em um papel filtro que será enviado para um laboratório especializado para análise. A amostra então é testada para a detecção de doenças que podem comprometer a saúde e o desenvolvimento do bebê. Dependendo do exame realizado, é possível detectar mais de 50 doenças diferentes e algumas delas podem ser raras e até mesmo fatais se não tratadas precocemente.
Por isso é de suma importância que esse exame seja feito em um laboratório especializado e dentro do prazo estabelecido pelo Ministério da Saúde. Além disso, tratamentos que são iniciados desde o princípio possuem maior chance de sucesso.
Outras doenças que o exame do pezinho pode detectar são:
- Alguns tipos de hemoglobinopatias que são doenças no sangue
- Deficiência de Biotinidase que é uma doença metabólica que afeta o metabolismo da biotina e vitaminas do complexo B no corpo
- Hiperplasia adrenal congênita, doença que afeta a as glândulas suprarrenais que são responsáveis pela produção de hormônios esteróides
- Galactosemia, doença genética rara que impede o processamento correto da galactose, que é um açúcar encontrado principalmente em laticínios.
- Toxoplasmose congênita, condição onde o feto é contaminado pelo parasita Toxoplasma gondii e pode causar anemia, icterícia, danos cerebrais e outros problemas graves ao nascer.
- Infecção pelo vírus do HIV, que ataca o sistema imunológico humano afetando diretamente a capacidade do corpo de combater doenças e infecções.
- Sífilis congênita, doença infecciosa causada pela bactéria Treponema Pallidum e pode afetar gravemente a saúde do bebê causando surdez, cegueira, meningite, lesões ósseas e até morte fetal.
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